Quando saímos da escola, pensamos que nunca mais vamos usar aquelas regras que nos fazem decorar, principalmente as inúmeras regras e exceções do português. Afinal, a gente fala nossa língua, como não vamos saber escrever?
Mas esse pensamento está errado! Muitas vezes nós caímos na pegadinha de escrever exatamente como falamos. Mas pensa comigo, ninguém fala da mesma maneira. Cada um tem seu jeito de expressar as coisas. Se não utilizarmos as regras para escrever, iríamos ter uma salada de frutas nas livrarias, cada livro escrito com um português diferente.
Entre as regras, algumas que impactam diretamente nas nossas histórias são as de pontuação. Então, se você tem dificuldade em pontuar corretamente, vou te apresentar algumas dicas para não errar nunca mais no uso da vírgula, ponto e vírgula e dois-pontos.
Pegue o caderninho e vamos melhorar a escrita das nossas histórias.
VÍRGULA
Para alguns, o mais difícil é a vírgula! Apesar de parecer algo muito comum e corriqueiro do nosso dia a dia, as regras da virgula possuem muitas pegadinhas. Por isso, não se sinta mal se você possui essa dificuldade. Todo mundo tem dúvida sobre vírgula em algum momento, isso é muito comum!
Quando falamos na vírgula, logo vem na nossa cabeça que ela serve para pausar a leitura de um texto. Mas será mesmo? A resposta é não.
Quando você vai falar uma coisa e dá uma pausa, isso não significa que tem uma vírgula no texto.
O que acontece é que temos o costume de, quando tem uma virgula, darmos uma pausa antes de continuar. Mas isso NÃO é regra.
Ou seja, já podemos descartar que a virgula é usada para representar pausas.
Agora que eu abalei seu mundo, vou explicar quando você deve, de fato, usar a virgula.
A primeira situação é para isolar um vocativo. Para quem não sabe, vocativos são termos isolados da oração que cumprem função de chamar a atenção do interlocutor ou colocá-lo em evidência no discurso. Na prática, fica assim: “Fulano, escreva seu livro.”
É bem simples, não é mesmo? Mas vamos para as próximas!
A segunda maneira que você deve usar a virgula é para isolar o aposto. O termo serve para explicar, enumerar, resumir e especificar algo. Além disso, o aposto, que é um termo acessório da oração, quando retirado da frase, não causa prejuízo no entendimento. Um exemplo disso pode ser: “João e Alfredo, primos de Marilda, serão padrinhos do casamento.”
Se tirarmos o aposto ‘primos de Marilda’, a frase se mantém intacta e aí a vírgula é desnecessária. Essa regra é simples também, certo?
Agora a terceira regra. Devemos isolar, por meio de vírgulas, vocativo e aposto. Por exemplo, “O que eu quis dizer, Mauro, é que gosto muito do seu curso Escrita”.
Nesse caso, se tirarmos o vocativo, não se usam vírgulas e o texto não perde sentido.
A quarta regra é, particularmente, a mais simples de todas. Devemos separar elementos de mesma função sintática, ou seja, que você pode listar. Como exemplo, a seguinte oração “Comprei um livro de terror, suspense, magia e mistério.”
Esse não precisa nenhuma explicação, certo?
A próxima regra é separar com vírgula orações independentes, ou seja, quando não precisam de outra oração para serem completamente compreensíveis. Um exemplo para essa regra pode ser “Mauro acordou, tomou café da manhã, escreveu e foi passear.”
Viu? Se você escrever apenas Mauro acordou, a oração independente continuará fazendo sentido.
Separe orações adverbiais. O advérbio é o termo usado para se referir às palavras que qualificam verbos e intensificam o sentido de adjetivos e de outros advérbios. Oração adverbial é o caso em que se expressa ideia de causa, tempo, modo, condição etc., principalmente quando antepostas à principal: “Quando saímos, começou a chover.”
Não é tão difícil, não é mesmo?
A próxima regra é: Isole elementos repetidos. Essa é facinha né? Olha esse exemplo. “Nada, nada vai se igualar.”
O que achou dessa regra?
Indo para a sexta regra, Separe na datação de um escrito o local e, no endereço, o número, como nesse exemplo: “Florianópolis, 27 de outubro de 1997” ou “Rua da felicidade, 5568.”
Viu? Nem sempre a vírgula é complicada. Pelo menos nessas últimas regras não foram!
Mas a próxima eu confesso que demorei para aprender. Devemos separar orações coordenadas unidas pela conjunção “e” quando o sujeito é diferente. Assim ó. “O cão latia, e a gata miava.”
Eu sempre me perguntava quando a vírgula acompanhava o ‘e’ e quando não era necessário. Inclusive vi que me corrigiam errado, e provavelmente isso me atrapalhou para fixar essa regra. Você sabia dela? Me conta nos comentários!
Agora, regra número nem sei qual mais. Devemos separar palavras ou expressões explicativas. Por exemplo, “Catarina desconfiou, isto é, não achou que aquilo fosse verdade.”
Mas essa regra é bem verdadeira, viu Catarina?!
Também devemos colocar virgula sempre antes de Conjunções Coordenativas Adversativas. Elas são: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, entre algumas outras. Por exemplo, “Não gosto disso, mas vou comer.”
Essa é fácil né? O mais difícil é lembrar o que são as ‘Conjunções Coordenativas Adversativas’ sem falar que são aquelas palavras.
Ah, antes de pois também devemos colocar! Como nesse exemplo: “Não quis escrever, pois estava cansado”. Lembrando que antes de ‘porque’ você não é obrigado a colocar virgula. Mas antes de ‘pois’ sim!
Agora, não podemos usar a virgula antes do ‘e’ se as orações separadas por essa conjunção tiverem o mesmo sujeito. Um exemplo pode ser “Mauro viu as regras e acabou enlouquecendo”.
A virgula é complicada, né? Ela tem MUITAS regras. Eu poderia fazer uma série de mil vídeos e acredito que ainda faltaria alguma regra ou exceção. Mas trouxe aqui os casos mais usados e mais emblemáticos para que você melhore a sua escrita.
Você tem alguma dificuldade com a vírgula que eu não tratei? Me conta aqui nos comentários!
E aproveite essa pausa e já curte o vídeo e se inscreva no canal caso ainda não seja inscrito. Trazemos conteúdo sobre escrita toda semana para você melhorar sua carreira de escritor e sua produção textual, como nesse que você assistindo.
PONTO E VÍRGULA
Devemos usar ponto e vírgula para separar orações que tenham relação entre si, mas que não estejam unidas por conjunção. Por exemplo, “Faça isso você; eu vou escrever”.
Além disso, o ponto e vírgula pode substituir a virgula para separar elementos. Por exemplo: “No supermercado, precisamos comprar: arroz; feijão; carnes; materiais de limpeza; verduras.”
E também se usa ponto e vírgula antes de uma oração adversativa em que a conjunção não venha no início. Como exemplo temos, “Eu gosto de escrever terror; ela, porém, não gosta.”
Ponto e virgula é bem mais tranquilo de usar, não é?
DOIS PONTOS
Esse é o mais prático dos três.
Basicamente, usamos o dois-pontos para enunciar alguma coisa como uma fala, uma enumeração, uma citação, uma condição, um exemplo etc. Por exemplo: “Estava conversando quando ouvi alguém dizer: tem vídeo novo na Tellers.”
Além dessa regra, usa-se o dois-pontos para resumir ou concluir uma ideia. Como nesse exemplo: “Porque o curso de escrita é assim: completo.”
E é mesmo! E se você, assim como tantos outros escritores, quer desenvolver sua produção escrita, acesse o link da Tellers na descrição do vídeo e conheça o Curso de Escrita Literária.
Mas eaí, ficou com alguma dúvida sobre as pontuações que eu trouxe? Nos deixe um comentário para eu poder continuar te ajudando. E se deseja que eu faça mais posts com dicas de português, me conta nos comentários o que você gostaria de saber mais!