Você sabe o que é um livro de ficção. Sabe que todo livro traz uma história e que toda história é uma narrativa de uma sequência de fatos. Mas o que talvez não saiba é que toda narrativa tem alguns elementos essenciais que não podem faltar para contar de maneira perfeita a sua história. Esses são os Elementos da Narrativa.
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Você já pensou em todos os itens que devem constar na história que está escrevendo para que ela fique perfeita? Em uma narrativa ficcional existem 5 Elementos Narrativos essenciais que você não pode deixar de pensar.
Alguns deles são bem óbvios, mas é bom termos consciência, pois assim conseguimos tirar o máximo deles e criar uma história ainda melhor do que a que tínhamos pensado inicialmente.
OS 5 ELEMENTOS DA NARRATIVA
Enredo
Enredo é a sua história propriamente dita, os acontecimentos, e toda a trajetória do início ao fim. Dentro dele, você pode pensar desde os atos, como na estrutura de 3 Atos, o Incidente Incitante, os Pontos de Virada, Obstáculos, Clímax e, claro, o Desfecho. Claro que essa é só uma das estruturas que você pode usar, mas é a mais conhecida e usual.
Depois do Enredo, tem outro elemento que muitos escritores passam horas desenvolvendo:
Personagens
Assim como alguns passam muito tempo desenvolvendo-os, alguns não o fazem o suficiente, ou nem criam personagens suficientes para abastecer suas tramas e subtramas da melhor forma.
Por isso, apesar de ser um elemento narrativo óbvio, acaba sendo importantíssimo seu conhecimento.
Assim, podemos começar classificando alguns papeis de personagens nas histórias.
Protagonista
Esse todos conhecemos. É o foco da narrativa e é quem tem o maior conflito dentro da história.
Coprotagonista
Ele tem o mesmo objetivo do protagonista e ajuda a dar maior complexidade à trama e ao próprio protagonista.
Antagonista
É a ameaça que gera o conflito com o protagonista. Assim, seu objetivo é sempre contrário ao desse último.
Podemos dizer que esses são os personagens básicos de uma história, mas temos outros que podemos criar.
Oponente
Diferente do antagonista, tem o mesmo desejo do protagonista, então ambos acabam competindo para alcançá-lo.
Coadjuvante
Esses são aqueles personagens secundários que apenas auxiliam no desenvolvimento da história.
Apesar de termos tantos tipos de personagens, nem todos precisam ser complexos e detalhados. Mas o que é detalhado, né?
Aqui podemos pensar nas dimensões dos personagens. Eles podem ser uni, bi e tridimensionais.
Unidimensionais
São aqueles que realizam sempre as mesmas ações e pensam sempre da mesma maneira. Quando algo ocorre a eles, já sabemos como irão lidar e normalmente cansam quem vê, pois assim que o vemos já sabemos como sua história termina.
Bidimensionais
São um pouco mais profundos. Os leitores até podem se identificar com eles, pois trazem traços bem marcantes e um conjunto de emoções a mais que os unidimensionais. Apesar disso, nós sempre sabemos como seu fim será, pois seu conjunto de ações leva sempre na mesma direção.
Tridimensionais
O tipo de personagem que todos queremos em nossas histórias. As três dimensões são a física, a social e a psicológica.
Dimensão física
Aqui estão as características físicas e bens materiais das personagens.
Dimensão social
Dessa fazem parte as relações sociais e a maneira como a personagem se relaciona com outras pessoas e núcleos.
Dimensão psicológica
Aqui fica toda característica interna da personagem. Quais seus desejos, o que ela pensa, como ela pensa, como e o que sente sobre diferentes assuntos. Aqui fazem parte também os defeitos e qualidades da personagem, seu passado e como sua história pessoal influencia no seu caráter atual.
Com os personagens finalizados, temos outro importante elemento que às vezes não recebe sua devida importância pelo escritor:
Narrador
Existem dois tipos mais usados na escrita: Em primeira pessoa e em terceira pessoa.
Narrador em terceira pessoa
É quando o texto é conjugado em Ele (Ela) ou Eles (Elas). Esse é o único narrador que sabe tudo que acontece na cena e, enfim, o que se passa com as personagens. Somente ele pode dar esse toque impessoal à narrativa e descrever o que realmente se passa com cada personagem.
Dentro do narrador em terceira pessoa existem dois tipos.
Narrador Onisciente
Esse narrador sabe tudo que se passa no universo da história, inclusive os pensamentos de cada personagem. É comum quando ele for usado, que haja uma quebra de descrição de ações da história para se enfatizar detalhes dos pensamentos e sentimentos dos envolvidos na cena, ou explicando fatos sobre o mundo em que a história se passa. Isso faz até com que esse narrador seja o favorito das histórias de fantasia.
Narrador Observador
O narrador observador apresenta exatamente o que vê de uma forma mais imparcial e impessoal, focando no desenvolvimento das ações da trama e não nos aspectos psicológicos e emocionais das personagens.
Narrador em primeira pessoa
Aqui o texto é conjugado em Eu ou Nós e, assim como o narrador em terceira pessoa, aqui também se tem uma divisão em dois estilos.
Narrador personagem
Ele é usado apenas quando o narrador é o protagonista e seria sempre narrado em primeira pessoa do singular.
Narrador testemunha
Esse já poderia ser qualquer personagem secundário da história e poderia ser narrado tanto na primeira pessoa do singular quanto do plural. Um exemplo de narrador testemunha pode ser qualquer livro de Sherlock Holmes que são narrados sempre por Watson, mas o protagonista mesmo é o detetive.
O narrador em primeira pessoa, independentemente de qual seja, sempre participa da ação e seu conhecimento das coisas se limita àquilo que vê e sabe sobre os outros personagens, assim podendo apenas dar a sua própria versão dos fatos e especular sobre as ações e pensamentos de outros personagens.
Por essa característica de se ter um ponto de vista único, o narrador em primeira pessoa é muito usado em livros policiais e de suspense. Afinal, essa limitação de conhecimento auxilia na tensão da história.
Sempre avalie bem como você criará a narração da sua história para que tenha o melhor ponto de vista para ter uma história melhor contada e dar a melhor experiência de leitura ao seu público.
Espaço
O espaço não é apenas o local que as personagens veem e tocam, mas também o ambiente que elas percebem e sentem. Assim, podemos dividir esse elemento em Espaço e Ambientação.
Espaço
Esse espaço pode ser a geografia do seu mundo e as características descritivas de um local que você descreve.
Ambientação
Já a ambientação é o lugar psicológico, social, econômico, religioso e moral onde acontecem as ações da trama. Parece complicado, mas não é.
A ambientação também pode ser vista como atmosfera do local. Todo local tem seu significado simbólico e um clima que pode auxiliar ou não em uma determinada cena.
Sabe quando você se baseia em um determinado local do mundo real para levar para sua história? Normalmente não é só o aspecto físico do local que você quer, mas tudo que ele representa para você ou para os frequentadores desse local. Exatamente isso é a Ambientação. E isso é importante que você consiga passar na sua história, pois isso pode gerar uma carga emocional ainda maior nas cenas.
Tempo
O tempo está ligado ao desenrolar da história, mas não apenas no andamento cronológico. O tempo pode ser dividido em dois tipos.
Cronológico
São as horas, dias, anos, ou qualquer quantificação que sua história use para passar o tempo.
Psicológico
O tempo psicológico está atrelado às lembranças, pensamentos e sentimentos das personagens. Ele não está ligado à linearidade do relógio, então é muito mais ligado com o interior de cada personagem e pode dizer muito sobre cada uma e ajudar no ritmo da história para momentos de flashbacks e pensamentos profundos sobre o passado da personagem, por exemplo.
Eaí, você sabia que esses eram os cinco elementos narrativos? Você pensa em todos eles na hora de escrever sua história? Me conte aqui nos comentários! Por fim, se tiver alguma dúvida sobre escrita, pode me mandar que ela pode virar tema de um novo conteúdo da Teller.
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Até o próximo post e uma ótima narrativa!
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