CRIANDO PERSONAGENS | PROFUNDIDADE, DIMENSÕES E FICHA DE PERSONAGEM

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CRIANDO PERSONAGENS | PROFUNDIDADE, DIMENSÕES E FICHA DE PERSONAGEM

Criando Personagens

Você é do tipo de escritor que vai criando personagens nos mínimos detalhes? Ou talvez do tipo que imagina algumas características básicas e foca no desenvolvimento da história? Para criar boas personagens não é necessário, exatamente, desenvolver todas as características de cada uma minuciosamente, mas existem elementos básicos que devem ser pensados.

Antes de falar desses elementos, você pensou se é um escritor que gosta de ir criando personagens ou se foca direto no desenvolvimento da história? Caso você seja do tipo que foca na história, te faço ainda outra pergunta: Você tem dificuldade com criação de diálogos? É muito provável que você tenha!

Personagens bem construídos tendem a ter uma voz forte já na cabeça do escritor, o que torna mais fácil colocar essa voz e os trejeitos da personagem dentro do diálogo.

Então, se você pesquisa e pesquisa como criar bons diálogos e não está conseguindo melhorá-los. Tente desenvolver melhor suas personagens. Isso pode trazer uma qualidade ainda maior para a história que você está contando.

Já tinha pensado nessa ligação entre criação de personagem e desenvolvimento de diálogos? Me conta aqui nos comentários como você faz na sua escrita ou se tem dificuldade em algum desses….

Com essa curiosidade vista, podemos ir para os elementos para criação de um bom personagem.

Desejo da Personagem

Toda pessoa deseja algo. Não precisa ser algo grandioso, pode ser algo momentâneo apenas. Mas sempre há um desejo.

Se você está entediado, deseja fazer algo. Se você está em um lugar barulhento e movimentado, deseja estar em paz.

Ou seja, todo desconforto gera um desejo, e todo desejo gear um conflito. E esses elementos são os que darão o pontapé inicial para criação do seu personagem e farão com que o leitor gere empatia pela personagem.

Além disso, com o desejo estabelecido e o conflito criado, a trama da história vai adiante, pois a personagem tem pelo que lutar e evoluir.

Mas como falei, desejo e conflito são o início da criação de personagem.

Afinal, desejos e conflitos todos temos. O que diferencia é a maneira como cada um enfrenta os conflitos.

E é aí que entra o próximo aspecto da criação de personagens: as Dimensões das Personagens.

As personagens podem ser uni, bi ou tridimensionais.

Personagem Unidimensional

As unidimensionais são aquelas personagens que realizam sempre as mesmas ações e pensam sempre da mesma maneira.

Elas são previsíveis, e quando algo acontece já sabemos como elas vão reagir e, normalmente, assim que as vemos já sabemos como será sua participação na história e, muito provavelmente, o seu fim nela também.

Personagem Bidimensional

Depois, temos as personagens bidimensionais. Essas são personagens mais profundas e é comum que o leitor se identifique com eles, pois trazem traços marcantes e um conjunto de emoções que nos faz criar uma certa relação com eles em algum tema ou atitude específica.

Mas assim como as unidimensionais, as bidimensionais também têm suas ações previsíveis.

Personagem Tridimensional

Eaí chegamos ao terceiro tipo de personagens: a personagem tridimensional. As personagens tridimensionais são compostas pela dimensão física, social e psicológica.

Essas três dimensões juntas criam personagens profundas e empáticas que conseguem levar a história adiante trazendo diferentes tipos de emoções, vozes e trejeitos que fortalecem a narrativa e os arcos narrativos.

Dimensão Física

A Dimensão Física conta com as características físicas e bens materiais das personagens. Aqui podem fazer parte características pessoais que vemos, como altura, cor dos olhos, tipo de cabelo, se a pessoa bate a perna quando está ansiosa, se fuma, quais as roupas que veste, e assim por diante.

Dimensão Social

A Dimensão Social traz elementos sobre as relações sociais da personagem e a maneira como ela se relaciona com família, amigos, colegas de trabalho e desconhecidos até. Uma dica que dou para construir a dimensão social é pensar como funcionam nossos relacionamentos conectado com nosso tipo de personalidade. Por exemplo, se você é uma pessoa tímida, não precisa ser, necessariamente, que seja assim com todos. Você pode agir de uma maneira com família, outra com amigos mais íntimos, outra com desconhecidos e de outra ainda com conhecidos sem afinidade. Nós não agimos igual com todas as pessoas apenas porque temos um tipo de personalidade ou característica social. Então, quanto mais camadas criar e definir como sua personagem se relaciona com cada núcleo social, melhor você terá a sua personagem.

Isso até se liga bastante com a Dimensão Psicológica. Afinal, é aqui que você criará toda característica interna da personagem.

Dimensão Psicológica

É aqui que você definirá os desejos da personagem (aqueles mais íntimos e egoístas, e também os altruístas para com a sociedade e também outros personagens). Além dos desejos, você pode trazer os valores da personagem, seus medos, defeitos, qualidades, pontos de vista sobre diferentes assuntos como política, religião, esportes, e assim por diante.

Coloque sua personagem em uma conversa de bar e veja como ela reagiria. Essa é uma boa experiência para ver sua dimensão psicológica e, claro, também a social.

Bastante coisa para pensar em uma personagem né?

Para facilitar sua organização, você pode criar uma Ficha de Personagem.

Ficha Criando Personagens

A ficha de personagem é o documento no qual você escreverá tudo sobre seu personagem e, quando precisar fazê-lo tomar uma decisão durante a história, pode usar todas as informações que você terá sobre ele, para te ajudar a como prosseguir na história.

Tudo que falei antes sobre aspectos físicos, sociais e psicológicos irão nessa ficha, além de outras informações mais superficiais e também mais profundas.

Importante é que você tenha uma ficha para cada personagem seu, para que tenha toda uma base para sua criação.

Se você quiser um template de Ficha de Personagem, conheça nosso ebook Criando Personagens com mais informações sobre a criação de personagem como tipos e as dimensões que falei antes. O ebook é totalmente gratuito. Faça download nesse link.

Na primeira página da Ficha você coloca as características mais básicas da personagem como nome, idade, sexo, local e data de nascimento, signo, cor de pele, cor do cabelo, cor dos olhos e raça.

Na próxima página há um espaço para incluir qualidade, defeitos, desejos e manias.

Na terceira você descreve a história pregressa da personagem e suas posses, caso a personagem tenha alguma e seja relevante para a história.

Depois pode incluir sua filosofia de vida, senso de humor e medos.

Lembra quando falei da dimensão social? Na próxima página você traz como a personagem se relaciona com seu núcleo familiar, de trabalho e de amizades.

Com esses campos, você consegue criar uma boa base de personagem pensando suas características básicas e as três dimensões, incluindo até a história pregressa.

Lembrando que esse é um modelo, e você não precisa criar uma ficha completa assim para todas as suas personagens, e também não precisa preencher todas as lacunas mesmo para sua protagonista caso não deseje.

E se tiver vontade, pode incluir até mais coisas que não inclui aqui. Ao meu ver, esse é básico para ter uma personagem bem construída que auxiliará a levar sua história adiante em diferentes tipos de ocasiões e resoluções de conflitos.

No fechamento sobre a ficha falei sobre a história pregressa. Esse é um elemento que muitos escritores ou esquecem totalmente ou supervalorizam.

História Pregressa

É estranho falar assim, né? Mas muitos escritores mesmo pensam na personagem como um ser criado a partir do momento que ele aparece na história. Parecendo que ele não teve uma vida antes dos acontecimentos que você irá narrar.

Já outros, criam uma vasta história sobre a personagem, principalmente sobre a protagonista, para poder trabalhar melhor as reações aos acontecimentos que virão. Muitas vezes até para linkar esses acontecimentos com a história pregressa.

E é para isso mesmo que ela serve. Você cria a História Pregressa para saber os detalhes da vida da personagem, o que auxilia a conhecer seus valores, medos, filosofias, atitudes, opiniões, qualidades, e, assim, consegue trazer tudo isso para a história de forma mais orgânica.

Afinal, coloca na ficha de personagem que um personagem é corajoso e bravo, é apenas trazer palavras. Mas você pode buscar entender o motivo dele ser corajoso e bravo. Talvez seu personagem tenha se perdido em uma floresta quando era criança, mas mesmo muito assustado com o desconhecido ao seu redor, continuou firme para sair de lá e conseguiu. Ou seja, quando pequeno ele descobriu que ser corajoso e bravo valia a pena porque auxiliava a sair de desafios. E isso virou uma filosofia para ele. E era como ele enfrentava o mundo desde aquele momento.

É pra esse tipo de situação que a história pregressa vale a pena.

Mas como falei, muitos autores criam histórias cheia de detalhes e super complexas, mas acabam não usando essas informações durante suas histórias. Ou seja, supervalorizaram a história pregressa e acabam nem as usando.

Então, cuide no desenvolvimento de seus personagens. Os crie com carinho e atenção, mas pense no que é essencial para o desenvolvimento da história, ou detalhes que tragam características para a personagem que poderão ser usadas em uma história futura.

Com isso você estará usando a história pregressa da melhor forma, e claro, a ficha e personagem também.

Eaí, gostou da ficha de personagem? Não esquece de baixar gratuitamente o ebook Criando Personagens com o modelo de Ficha.

E caso você tenha ficado com alguma dúvida sobre criação de personagem, deixe um comentário aqui embaixo para que eu possa continuar te ajudando. Até o próximo post e uma ótima escrita!

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