Um bom enredo pode mudar uma história, mas nem todo escritor realmente se planeja antes de escrever e, por isso, acaba tendo dificuldades na hora de desenvolver um bom enredo para a história. Então, veja caminhos para escrever um bom enredo para a sua história e capturar a atenção do seu leitor de uma vez por todas.
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Quando temos uma ideia para uma história, muitas vezes logo queremos começar a escrever. Mas muita calma nessa hora.
Para escrever uma boa história, o planejamento estratégico é fundamental para que aquele famoso e temido bloqueio criativo não nos domine. E para realizar um bom planejamento, é preciso que você conheça algumas táticas que podem e vão te ajudar muito!
Uma dessas táticas serve para criação de enredos melhores.
Imagine uma rede de pesca. Cada ponto dessa rede deve estar ligado a outro para que, assim, a rede funcione. Basicamente essa é a importância de possuir um bom planejamento para a sua trama. A rede aqui é o seu enredo, e cada ponto é uma parte essencial da sua história que você desenvolveu.
Com essa história bem conectada, você não se perderá no processo criativo e tudo fará sentido no final do seu processo de escrita.
Mas para criar esse planejamento é preciso saber primeiro o que exatamente é o enredo.
ENREDO
O enredo, também conhecido como trama ou intriga, é o que vai acontecer na história. Ou seja, o conjunto de fatos ligados entre si que constroem a trajetória do início ao fim.
São as ações executadas pelas personagens, ordenadas em uma sequência lógica, a fim de se criar um sentido ou emoção no leitor.
Dentro do enredo, você pode pensar desde os atos, como na estrutura de 3 Atos. Pensa também o Incidente Incitante, os Pontos de Virada, Obstáculos, Clímax e, claro, o Desfecho.
Caso você queira saber mais sobre a estrutura de 3 atos, temos esse post completo sobre o assunto.
Mas voltando sobre o enredo. Existem dois tipos: o enredo linear e o não linear. Pensando no nome assim você já consegue imaginar suas diferenças ou histórias que usa um ou outro?
ENREDO LINEAR
Esse é aquele em que os fatos seguem uma sequência cronológica. Ele tem uma estrutura parecida com a estrutura de 3 atos e inicia pela Apresentação.
A apresentação é o início da sua história, onde você vai apresentar para o leitor as personagens, o ambiente e o espaço temporal da trama.
Geralmente nesse momento a personagem passa por uma mudança que altera seu modo de ver o mundo. É aqui que veremos aqueles primeiros confrontos físicos ou uma mudança social que faz com que a personagem questione a si mesma para a evolução da trama.
Inclusive, existem algumas perguntas que podem te ajudar a definir qual será o motivo para a virada de chave na mente da sua personagem:
- O que faria minha personagem se questionar?
- O que é necessário para que ela encontre motivação e tenha vontade de buscar as respostas que precisa?
- Por que minha personagem largaria tudo para ir atrás dessas mudanças e resoluções de conflitos?
- E Quão grave deve ser esse incidente que determinará sua decisão?
Depois da primeira parte que é a apresentação temos a Complicação. Aqui o conflito da trama é apresentado. Nesse momento a personagem passa por diversos obstáculos e, claro, uma grande provação em que ela tem que decidir se irá abraçar a mudança que está ocorrendo com o seu próprio mundo.
Mas a personagem não pode viver só de dúvidas e questionamentos sobre seu lugar e sua função. E aí que seguimos para o próximo tópico do enredo linear, o Clímax.
Como o nome já diz, é o momento crucial da obra. Este é o momento do grande confronto da trama e é aqui que a personagem também se aceita como ela deve ser. Ou seja, é aqui que ela se torna o herói ou heroína que está destinada a ser.
Com a grande batalha encerrada, vamos para o último tópico do enredo linear, o desfecho.
Aqui o enredo se encerra com a solução de todos os problemas apresentados ao longo da narrativa. É fundamental que você não deixe nenhuma ponta solta e responda todas as dúvidas deixadas ao longo das páginas.
Não há coisa mais irritante dentro de uma história que uma subtrama mal resolvida para que tudo vá por água abaixo ou para que o leitor se frustre com o que leu.
Lembro de quantas histórias com o enredo linear? Muitas né?
Mas nem só de linearidade são feitas as histórias.
ENREDO NÃO LINEAR
Ele é justamente o contrário do anterior. Ele não segue nenhuma ordem cronológica específica. Ou seja, você pode começar apresentando sua história do final.
Uma das técnicas mais famosas para iniciar uma história sem ordem cronológica é a In Media Res. Em obras que usam essa técnica, a narrativa começa por um fato crucial que, na verdade, está no meio da história.
Um exemplo clássico é a Odisseia, de Homero, onde o leitor primeiro aprende sobre a jornada de Odisseu, quando ele é mantido em cativeiro na ilha de Calipso e apenas nos livros 9 a 12, o leitor descobre que a maior parte da jornada de Odisseu é anterior aquele momento da narrativa.
Além do In media res podemos contar nossa história em flashbacks, que também é um recurso para um enredo não linear.
Inclusive podemos usar Homero como exemplo nesse caso novamente. Aqui podemos citar sua obra Ilíada no qual a maior parte do tempo é escrita em flashbacks.
Para falarmos de mais um clássico com enredo não linear, temos Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis. Nele, a trama começa com a morte do protagonista, sendo um ótimo exemplo de enredo não linear.
Eaí, ficou com alguma dúvida sobre como construir um bom enredo para a sua narrativa? Deixe seu comentário aqui embaixo para eu poder continuar te ajudando.
Uma ótima escrita para ti e até o próximo post. Até mais!
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